sexta-feira, dezembro 03, 2010

Poesia

É a noite de Natal
que bonito, que alegria.
Põe o cheiro da canela
nos pratinhos de aletria!

Cai a neve de mansinho,
parece a serra um lençol:
diz adeus ao ano velho
de capote e cachecol.

A sala está decorada
piscam luzes por todo o lado
brilham bolas no pinheiro
e o presépio está montado.

Figos, passas e pinhões
há na mesa enfeitada.
Rapa, tira, põe e deixa
prova lá a rabanada!

Que presente estará dentro
daquela caixa embrulhada
com papel tão brilhante,
laços de fita dourada?

António Mota




Hoje é dia de Natal
e do Menino Jesus
inda ninguém se lembrou
nas palhinhas, onde o pus.

Ouro, incenso e mirra,
dizem que os reis lhe vão dar.
Podem ser presentes caros,
mas disso não vai gostar.

Comi bacalhau e bolos,
peru, pinhões e pudim,
só ele não comeu nada
do que me deram a mim.

Às escondidas de todos,
vou pegar-lhe pela mão
e sentá-lo no meu colo
para ver televisão.

Luísa Ducla Soares (Livro "O Sabichão")

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